domingo, 26 de abril de 2009

Jericôme

Jericôme era um dos descendentes directos de Jesus Cristo, que César ansiava prender e torturar, até descobrir todo o segredo da Linhagem de Cristo. Julgava ele que assim nunca mais veria o seu poder ameaçado.
Uma pobre camponesa tentava, a todo o custo, alimentar o seu bebé Jerico que insistia em não abrir a boca.
- Vá, Jerico, tens que papar senão ficas doente! – dizia ela.
O pequeno era teimoso e, nem ao fim de meia hora de insistência, abriu a boca.
- JERICO COME! COME, MEU FILHO! – desespera-se a mulher - JERICO COME! Jeri, come! JERI, COME, POR AMOR DEUS! JERI, COME!
Ao ouvirem estes gritos, as tropas de César, pensavam que finalmente tinham encontrado o tão procurado Jericôme. Sem perderem mais tempo, os homens invadiram a casa da camponesa.
- Onde está ele? – perguntou o comandante.
- Mas… Ele quem?! – assusta-se a mulher.
- Ora, ora, não se faça desentendida, senão levou-lhe o filho!
- Por favor, não lhe faça mal! – implora a mulher desfeita em lágrimas – Eu faço o que vocês quiserem, mas não levem o meu bebé…
- DIGA LOGO, ONDE ESTÁ JERICÔME? – irritou-se o comandante.
- Juro que não sei! Nem conheço esse tal de Jericôme…
- EU OUVI-A GRITAR PELO NOME DELE, SUA PORCA!
- Não, nunca disse esse nome! Só estava a tentar dar de comer ao meu Jerico, que…
- Sr. Comandante, já revistámos tudo. – interrompe um soldado - Ele não está aqui, nem tinha hipótese de fugir, porque a casa só tem esta janela minúscula e a porta por onde entramos.
- PARA PRÓXIMA VEJA SE GRITA MENOS, OUVIU?!
Dito isto, as tropas saíram, deixando a camponesa e o menino assustados, na sua casa virada de pernas para o ar.
Mais tarde, Jericôme acabou por ser preso e torturado até à morte, mas, tal como Jerico, nunca abriu a boca.

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