quarta-feira, 3 de maio de 2023

“O ideal seria que cada pessoa plantasse pelo menos duas árvores, para salvarmos a humanidade.” Sri Jadav Payeng

Apesar de ser reconhecida como a maior ilha fluvial do mundo, Majuli, situada no rio Brahmaputra, na Índia, tem vindo a diminuir devido à erosão.

Todos os anos, os habitantes da ilha enfrentam cheias que os obriga a mudar constantemente de casa.

Apesar dos permanentes esforços para travar a erosão, recorrendo a sacos de areia, prevê-se que dentro de quarenta anos a ilha irá ficar reduzida em 60%, tendo já neste momento, pouco mais de 400 quilómetros quadrados, quando inicialmente tinha 1150 quilómetros quadrados.

Um dos habitantes desta ilha, Sri Jadav Payeng, ativista conhecido por “o plantador de árvores” , dedicou toda a sua vida a plantar a floresta Molai no solo arenoso e diz continuar a fazê-lo, enquanto for capaz, porque considera ser sua obrigação ajudar na reflorestação do mundo.

Jadav Payeng afirma que as raízes das árvores seguram os sedimentos, ajudando a contrariar a erosão da ilha, sobretudo árvores de raízes fundas, como bambu-indiano ou coqueiros. Contudo, Jadav Payeng diz que o problema não é só daquela ilha, é um problema geral, sendo necessário a intervenção dos sete mil milhões de habitantes do planeta e, o ideal que cada pessoa plantasse pelo menos duas árvores, para que seja possível a sobrevivência da humanidade.

Na minha opinião, para além de cada humano plantar duas árvores, como diz Jadav Payeng, ainda mais importante é perseverar árvores, preservar sobretudo as escassas florestas ancestrais e tropicais.

Até porque as florestas plantadas são muito mais vulneráveis e suscetíveis a incêndios, porque a sua arquitetura estilo pombalino (com as árvores todas alinhadas como os soldados numa parada militar), faz com que o sol chegue facilmente ao chão, proporcionando o crescimento de vegetação inflamável e o aquecimento do solo, para além de outras razões, como a plantação de espécies facilmente inflamáveis e o desequilíbrio das cadeias alimentares, já para não falar nos fogos postos, etc.

As florestas ancestrais/tropicais são muito mais densas, sombrias e frescas, com uma organização e funcionamento tão perfeito, que muito raramente sofrem incêndios, sendo estes normalmente de pequenas dimensões.

São as florestas, seja em terra ou nos oceanos, que garantem o equilíbrio e a sobrevivência do planeta. 

A nossa intervenção só as tem prejudicado. 

A natureza já existia muito antes dos humanos, é perfeita e não foi feita para que fosse dominada/manipulada por eles, antes pelo contrário.

A política de plantar três árvores por cada uma abatida é ilusória e economicista, porque a quantidade de oxigénio que uma árvore idosa produz, assim como o dióxido de carbono que absorve, é muitíssimo superior à de três árvores jovens.  Ao abatermos árvores idosas, estamos a libertar astronómicas toneladas de CO2 para a atmosfera, contribuindo fortemente para o aquecimento global, para além de outros graves males.

Por isso, em vez de se destruírem, por minuto, áreas florestais equivalentes a dez campos de futebol, tal como acontece na Amazónia, é urgente pararmos e apostarmos na reflorestação, porque se continuarmos neste ritmo, não teremos condições de vida neste planeta, dentro de muito pouco tempo.

Plantar e preservar árvores é vital, caso contrário não iremos sobreviver.

As árvores devem, sem dúvida, estar no topo da lista das prioridades para salvarmos ao planeta, já em tão mau estado.

As árvores e todas as espécies de seres vivos, pois todos têm um papel importante no funcionamento global do planeta. 

Obrigado, Sri Javad Payeng e a todos os que dão o seu contributo para salvar o que ainda sobra da Terra. 


Rita Micaelo Silva 

Maio, 2023 



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