As cantigas de roda, tão utilizadas nas brincadeiras e na educação infantil, estão muitas vezes recheadas de violência.
Faz-se um grande burburinho face à violência que hoje existe nas escolas, nas ruas, culpa-se toda a gente, mas não se faz nada para mudar. É mais fácil deixar as crianças entregues aos jogos de playstation, às séries e desenhos-animados cheios de violência injustificável, à Internet, do que estar com elas e ensinar-lhes os valores (amizade, respeito, etc.). Deixamo-las também entregues aos educadores e professores, depositando neles toda a responsabilidade. E quando alguma coisa corre mal os pais depositam a culpa nos educadores, nos média e na vida ocupada que levam.
É verdade que os médias são responsáveis pelo aumento da agressividade nas crianças. É igualmente verdade que a televisão deviam ter mais cuidado com a violência na programação infantil.
Contudo, uma das principais razões do aumento da violência nas crianças é a falta de atenção dos pais. Preocupam-se mais em sustentar os filhos do que em educá-los.
Bem que a violência não é só fruto do nosso tempo, vem já de há várias gerações. A prova está nas cantigas de roda que os pais ensinam aos filhos, logo nos primeiros anos de vida. Reparem na primeira canção que ensinamos aos bebés:
“Atirei o pau ao gato
Mas o gato não morreu
Dona Chica admirou-se
Com o berro que o gato deu
Miau!”
Qual é a pedagogia destes versos? O que assimila a criança? Apenas violência injustificável.
No entanto, os papás riem e aplaudem, quando o menino canta a canção decor. E quando o menino atira o pau ao gato, também se riem? Com que moral vão castigá-lo? Afinal, a criança só está pôr em prática o que os pais lhe ensinaram…
Tal como esta, existem muitas outras canções e contos infantis que, para além da violência, não têm qualquer coerência, nem conteúdo.
Por isso, os pais e educadores devem estar presentes na vida dos filhos e controlar a informação que lhes chega. Não podemos isolar a crianças da violência nem do mundo, mas devemos ter o cuidado de lhes explicar porque acontecem as coisas.
A tradição deve ser mantida quando é benéfica, caso contrário deve ser revista e adaptada. Reparem como canção tradicional “Atirei o pau ao gato” se torna menos violenta, mais coerente e pedagógica, mudando apenas duas palavras:
Atirei o peixe ao gato
Mas o gato não comeu
Dona Chica admirou-se
Com o berro que o gato deu
Miau!
Para pensar: Sabiam que a legislação NÃO protege o aluno deficiente no Ensino Superior?
Rita Silva
Fonte: http://www.matosinhoshoje.com/index.asp?idEdicao=458&id=24306&idSeccao=3489&Action=noticia
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