Debate no Silêncio da Noite
No passado dia 10 de Dezembro de 2009, a Amnistia Internacional de Portugal realizou um debate sobre a descriminação na deficiência, na Junta de Freguesia de Matosinhos.
A convite da Dra. Otília Gradim (Presidente do Núcleo de Matosinhos), fiz parte da mesa, representando a Paralisia Cerebral ao lado da surdez e a deficiência mental.
Neste debate falou-se dos vários tipos de descriminação, onde se verificou que, apesar de serem deficiências distintas, as descriminações eram as mesmas. Estas descriminações ocorrem essencialmente a nível familiar, académico, profissional e social.
Hoje em dia é hábito falar-se de deficiência, na comunicação social, mas sempre no sentido de “puxar a lágrima” e chamar audiência. Falar das dificuldades sem apresentar soluções, é fácil, mas não resolve nada. Pelo contrário, só aumenta o estigma!
O importante deste debate, foram as sugestões de soluções para os problemas expostos. Foi, com isso, mais além da superficialidade com que os médias abordam a temática.
No entanto, o debate realizou-se na calada da noite, onde só estavam presentes deficientes e pessoas que lidam com eles, assim como alguns membros da Juventude Socialista. A ausência da comunicação social e de entidades governamentais fez com que o debate passasse despercebido, apesar do esforço da Amnistia em divulgar.
A falta de interesse e o comodismo dos portugueses, é uma das principais causas do atraso do país face ao resto da Europa. Criticam, dizem mal, choram-se, mas a maioria não faz nada para melhorar o que dizem estar mal.
É preciso aproveitar as oportunidades que nos dão para falar, para fazer valer a nossa opinião, sair do sofá e participar em eventos, debates, votar… É preciso agir! E isso é válido para toda a gente.
Como já vos tinha dito, não vou estar sempre a bater na tecla da deficiência, uma vez que é excessivamente explorado pela comunicação social. Contudo, no fim de cada artigo, irei apenas colocar um pequeno comentário para vos deixar a pensar.
Para Pensar: Sabiam que os surdos pagam uma taxa ÁUDIO-visual, tal como os “ditos-normais”?
Rita Silva
Fonte: http://www.matosinhoshoje.com/index.asp?idEdicao=456&id=24183&idSeccao=3478&Action=noticia
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