Se repararmos temos sempre a tendência para culpar alguém dos nossos males. A culpa é sempre de tudo e de todos, menos nossa! Somos todos vítimas de um mundo cruel! E quando não temos a quem deitar culpas, culpamos o Diabo.
A verdade é que o pobre Diabo nem sequer existe. Ele é apenas uma forma de nós “figurarmos” o mal. Aliás o ser humano atribui uma forma e um nome a tudo o que conhece e que imagina, porque só é capaz de imaginar aquilo que vê. O Diabo é portanto uma mera representação do mal que nós não queremos ou não sabemos justificar.
Ora, se Deus criou o Mundo à sua imagem (julgam os crentes), onde o amor é o núcleo principal, não tinha qualquer lógica se criasse uma criatura maléfica. Assim como não faz sentido, vermos Deus como o “ditador” que nos comanda à distância.
Deus é o amor e, o amor é liberdade. Os homens são livres e o mundo depende das suas atitudes, para se tornar mais justo.
O conhecimento parte sempre da observação. Criamos imagens e nomes para tudo, mesmo para aquilo que não conseguimos ver nem explicar,
É nas atitudes do Homem que reside o bem e o mal do mundo. Por isso, mais vale pensarmos muito bem e assumir aquilo que fazemos, do que perdermos tempo com bodes expiatórios.
Tudo o que digo, já foi dito por padres, teólogos, filósofos, artistas, cientistas e outros intelectuais.
Eu apenas lembro o facto da mente humana funcionar à base de imagens / nomes. O conhecimento parte sempre da observação. Criamos imagens e nomes para tudo, mesmo para aquilo que não conseguimos ver nem explicar, mas sempre com base naquilo que vemos.
No fundo, eu diria que nós é que criamos Deus e todas essas figuras místicas / religiosas à nossa imagem e não o contrário. Desta forma, Deus e o Diabo existem conforme acreditamos neles.
Homem é minúsculo em relação à imensidão do Universo e o facto de nem sequer saber a sua origem, faz com que ele tenha necessidade de criar teorias, crenças, religiões, para se sentir mais confortável e protegido. Concluindo, vivemos muito da ilusão, assumindo-a como verdade.
Para Pensar: Há automóveis que não podem ser comercializados ao abrigo da Lei do Deficiente, só porque emitem mais Dióxido de Carbono, do que é permitido por lei. Mas então, os “ditos normais” podem ter desses automóveis?
Rita Silva - marterita@gmail.com
Fonte: http://www.matosinhoshoje.com/index.asp?idEdicao=460&id=24418&idSeccao=3499&Action=noticia
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