sábado, 11 de junho de 2011

Visitas à Escola EB1/JI da Maia

Meus queridos amiguinhos da Escola EB1/JI da Maia,
Antes de mais quero agradecer a todos (incluindo professores e funcionários) o imenso carinho com que me receberam na vossa escola e os lindos quadros que me ofereceram. O meu escritório ficou bem mais bonito, desde que coloquei os vossos quadros na parede! Mas, sabem, amiguinhos, o meu presente favorito são os vossos sorrisos!
Adorei estar na vossa escola, no dia 18 de Maio, a apresentar o meu livro – “Rui e a música mágica” – e fiquei felicíssima quando me convidaram para ir brincar convosco no Dia Mundial da Criança, 1  de Junho.  Este é um dia especial para todas as crianças e para mim também!
“Mas tu já não és criança!?” – pensam vocês.
Não, de facto eu já sou crescida e tenho muitas responsabilidades, para além de ser Provedora dos Cidadãos com Deficiência, que é um trabalho muito bonito e do qual eu gosto bastante.
No entanto…  De certeza  que vocês conhecem muito bem o Peter Pan e as suas amigas, não conhecem?  Sim,  é esse mesmo, o menino que não queria crescer!
Pois, tal como o Peter Pan é eu também quero continuar a ser criança, para manter o coração puro e a imaginação fértil, que me fazem sonhar, brincar, a viajar pelos reinos da fantasia e a acreditar que, um dia, as crianças farão um mundo mais justo e unido, onde todos serão olhados como iguais.
Por isso é que eu gosto tanto de crianças! São as crianças que me inspiram para escrever, pintar, fazer filmes e teatro, que tanto gosto de partilhar com elas e com os grandes na esperança de que me ajudem a tornar o mundo melhor.
O Peter Pan não tem asas, sabem como é que ele voa? Exactamente, com o pozinho de “prilim-pim-pim” que a fadinha Sininho lhe dá!
Eu também não consigo andar com as minhas pernas nem escrever com as minhas mãos. No entanto, a minha vontade de fazer o mesmo que todos os meninos fazem era tanta,  que minha  fadinha  disse-me que iria encontrar a minha maneira conseguir fazer tudo o que quisesse!
Como as fadinhas nunca mentem, nem mesmo as mais traquinas, acreditei logo nela! Foi nessa altura que encontrei na minha cadeira de rodas as “asas” que me permitem “voar” para onde quero e, no meu capacete, uma varinha mágica, com a qual faço as coisas bonitas que tanto gosto de fazer.
Pois é, o meu capacete e a minha cadeira de rodas, juntamente com muita dedicação, persistência, imaginação e a vontade de ajudar quem mais precisa, foram os meus instrumentos mágicos, que fizeram com que eu pudesse crescer, terminar o meu mestrado, para hoje estar a trabalhar e ter uma vida normal, como toda a gente. Foi também muito importante o carinho e a ajuda que minha mãe, a família e os meus amigos me deram.
O quê? Quem foi que disse que  as fadinhas não  existem?! Ora, só pode ter sido um tonto,  como o Capitão Gancho! É  claro que as fadinhas existem! Só que são ainda mais  pequeninas do que um grãozinho de pó e por isso não a  conseguimos ver com os  nossos olhos. Mas cada um de  nós tem uma fadinha que, bem sentadinha no nosso ombro, nos dá  bons  concelhos e nos  ajuda a concretizar os nossos sonhos, se nos esforçarmos e trabalharmos para que tal aconteça.
Ás vezes os adultos têm tanto que fazer, são tão desorganizados, que se esquecem de ouvir as suas fadinhas e depois só fazem disparates e coisas feias, como o Capitão Gancho.
As crianças são mais atentas, criativas e carinhosas, tendo mais  tempo para sonhar  e ouvir as suas doces fadinhas.  Por isso é que, quando se as crianças juntam, é sempre  uma festa cheia de  brincadeiras, alegria e magia no ar!
Estão a pergunta-me  como se faz para ouvirmos e vermos as fadinhas, já que elas são assim tão pequeninas? Ora, é simples, meus amiguinhos! Para ouvi-las, basta ficarmos bem quietinhos e estarmos muito atentos, porque as fadas gostam muito de falar ao ouvido. Para as vermos, basta fechar os olhos e esperar que elas apareçam nos nossos sonhos. As fadas são lindas e costumam ser parecidas connosco ou com um animal ou pessoa de quem gostamos muito.
Sabem que a fadinhas ficam ainda mais bonitas quando nos portamos bem? É verdade, quando o menino é bondoso, trabalhador, solidário com os amigos e pessoas que precisam de ajuda, as fadas ficam tão contentes, que o seu brilho quase parece o do sol! Mas quando o menino é mauzão, preguiçoso e egoísta, a tristeza das fadas é tão grande, que elas apagam-se e desaparecem sem deixar rasto.
Já imaginaram o que seria o mundo sem fadas? Seria um mundo feio, cinzento e cheio de meninos triste por não terem histórias que os fizessem sonhar.
Por isso, já sabem: portem-se bem, acreditem sempre nas vossas capacidades; nunca desistam dos vossos sonhos; não julguem ninguém pela aparência e nunca tenham vergonha de oferecer ajuda.
Cuidem bem das vossas fadinhas e… SORRIAM  SEMPRE!
E, sempre que precisarem de mim, é só chamarem-me!
Um grande beijinho para todos
Rita Cuca