sábado, 25 de outubro de 2014

Viajar até ao Rio de Janeiro em cadeira de rodas

A deficiência já não é motivo  para deixar de viajar e explorar os diversos lugares do mundo.
A ANA Aeroportos  de Portugal dispõe do My Way, um serviço de assistência personalizado a passageiros com mobilidade reduzida que  viaje num estado membro da União Europeia.
Reservando o serviço My Way, até 48 horas antes do horário da partida, o passageiro tem direito a assistência pessoal e de bagagem,  desde a chegada ao aeroporto até ao seu lugar no avião. Este serviço conta com recursos técnicos e humanos especializados para o efeito. Basta o passageiro dirigir-se ao “Ponto Designado de Chegada”,  onde encontra um telefone para  informar o My Way da sua chegada ao aeroporto.
Os passageiros mobilidade reduzida não podem fazer check-in pela internet, mas têm prioridade num balcão  a estes destinado, juntamente com  idosos, grávidas, menores que viajam sozinhos e passageiros acompanhados de animais, sendo também os primeiros a embarcar no avião.
O My Way disponibiliza cadeiras de  rodas para circulação no aeroporto, mas  o passageiro pode ir na sua  própria cadeira até à porta  do avião. Aí será transferido, por técnicos  especializados, para uma cadeira de transporte  com dimensões reduzidas para poder  circular no avião, onde será transportado até ao seu lugar.  Reforça-se que, apesar da cadeira parecer desconfortável sobretudo para pessoas com espasticidade ou movimentos involuntários, esta está equipada com cintos que, juntamente com a experiência dos técnicos,  permitem a estabilização do passageiro, para que o percurso até ao seu lugar se realize em segurança.
No avião existe um número de lugares destinados a pessoas  com mobilidade reduzida, em que o braço exterior levanta para facilitar as transferência. Contudo, a curta distância entre os bancos pode ser um grande incómodo para passageiros que, devido espasticidade ou movimentos involuntários, passam o tempo a bater com as pernas no banco da frente, podendo ficar com lesões e pôr em causar a tranquilidade de quem viaja neste banco. Como as normas internacionais, não permitem que os passageiros com mobilidade reduzida viajem nos lugares de emergência (mais espaçosos), seria pertinente que as companhias aéreas criassem os lugares destinados a deficientes com mais 10 cm de distância do banco da frente, para garantir o conforto, a segurança e a tranquilidade de todos os passageiros.
No caso de longos voos directos, os aviões têm também um WC adaptado,  com a largura da fila de  lugares central. Durante o voo a tripulação presta assistência nas deslocações do passageiro até ao WC e  no retorno ao respectivo lugar. Deste modo, o passageiro  que necessite de apoio para  se alimentar e no WC, será conveniente  viajar com um acompanhante.
Para evitar contratempos, é fundamental que, no momento da  reserva da viagem, o passageiro especifique o tipo deficiência e as condições que necessita para viajar. Assim,  como  é importante que os funcionários do aeroporto e as tripulações estejam sensibilizadas  para informar e  auxiliar os passageiros com necessidades especiais adequadamente,  pois nem sempre o fazem.
No Rio de Janeiro, o aeroporto oferece o mesmo tipo de assistência, tendo técnicos que acompanham o passageiro com mobilidade reduzida  desde o desembarque (inclusive)  até  à  saída do aeroporto.
Os  transportes públicos estão na  generalidade adaptados, existindo também táxis especiais para transporte de “cadeirantes”, nome pelo qual os brasileiros designam as pessoas que  se deslocam em cadeira de rodas.
Relativamente às acessibilidades, Rio  de Janeiro ainda não está totalmente adaptado, nomeadamente na construção mais antiga em que a reduzida largura das portas não permite a plena circulação de uma cadeira de rodas normal e  nem sempre existem rampas.  Parte dos passeios são da responsabilidade dos condomínios privados e, salvo algumas excepções, têm rampas, mas existem muitas zonas onde não existes passeios e os são da responsabilidade municipal são de pavimento irregular e a grande maioria sem rampas. As praias também não reúnem condições de acessibilidade. Por outro lado, os shoppings e os edifícios mais modernos já respeitam as normas da acessibilidade.
Contudo, a solidariedade e o respeito que os cariocas têm pelos idosos e deficientes ajudam a superar muitos dos obstáculos.
Caso uma pessoa em cadeira de rodas esteja  com dificuldade em atravessar a rua ou em aceder à praia, imediatamente os transeuntes lhe oferecem ajuda, sempre com simpatia e boa disposição. Pode não haver acessibilidades, mas há sempre espírito solidário e vontade de criar uma alternativa.
Existem também alguns estímulos à inclusão social dos cidadãos com mobilidade reduzida, como o atendimento prioritário na maioria dos serviços e lojas, descontos nos bilhetes e entradas gratuitas, como é o caso do Jardim Botânico do Rio de Janeiro, onde não cobram entrada ao deficiente nem ao acompanhante.
O Jardim Botânico do Rio de Janeiro é acessível, excepto algumas zonas mais íngremes e de pavimento mais irregular.
No trem do Corcovado, o turista com mobilidade reduzida encontra um técnico que o ajuda a entrar e a sair do trem, com o auxílio de rampas de alumínio amovíveis e, fica instalado num espaço próprio para cadeiras de rodas, onde pode usufruir da magnífica paisagem florestal, durante a viagem. Lá em cima, existem elevadores para o bar e loja de recordações, havendo também um técnico que sobe os “cadeirantes” na escada rolante até ao ponto mais alto, onde se encontra o Cristo Redentor e onde pode admirar a bela paisagem panorâmica do Rio de Janeiro.
Deste modo, uma pessoa com mobilidade reduzida pode fazer um roteiro e actividades turísticas como os demais. Basta ter espírito aventureiro e muita boa disposição.

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